Diante das críticas em relação ao seu retorno ao América, Pio Marinheiro divulgou carta anunciando saída do clube.
Pio Marinheiro foi anunciado na semana passada como novo Vice-Presidente de Futebol e seria a pessoa responsável por tratar dos assuntos políticos do clube em relação à CBF.
Segue carta divulgada...
NOTA
AOS AMERICANOS
Sonhei na possibilidade de ver um América unificado. Entretanto, infelizmente, membros de facções ou pseudos americanos que não conseguem diferenciar a razão da emoção, eis que confundem o amor com ódio. Assim sendo, leva-me de tal modo a recusar o convite ofertado pelo Presidente do América, Dr. José Vasconcelos da Rocha, com o fim único e exclusivo de ajudar o clube do meu coração. Em verdade, na qualidade de desportista com mais de trinta anos voltados ao futebol, não consigo ainda viver com a ingratidão, visto que alguns membros que se dizem da nação americana repudiam meu nome, mas, contudo não sabem ou esqueceram o que eu fiz pelo meu clube do coração.
Como Vice Presidente de futebol do América, nos anos de 1979 a 1982, sob o comando de dois grandes ex-presidentes, Dilermando Machado e Henrique Gaspar, conquistamos, seguidamente, quatro campeonatos estaduais, inclusive dois títulos inéditos: tri e tetracampeonatos. Ao longo dos anos, mesmo sem cargo na diretoria, continuei prestando a minha ajuda em beneficio do América quando necessário.
Sei e tenho a certeza que sou membro da nação americana. Mas, infelizmente, estou sendo escorraçado por algo que sequer fiz. Pois, aqui cabe lembrar que, em nenhum momento contribui para levar o América a situação atual em que se encontra e espero que as soluções necessárias sejam encontradas o mais rápido possível.
Em verdade, meu único desejo, é que numa só voz todos que amam o MECÃO possam se despir da vaidade e venham ajudar, quer seja de forma financeira ou com os meios que lhes possibilitem.
Sobretudo a ira apresentada ou a forma desrespeitosa que insurgiram contra o meu nome não tem razão de ser, aliás, o fato de ajudar a agremiação “a”, “b” ou “c” não significa que desrespeitei a nação americana, pelo contrário, só registra o amor que sinto pelo desporto potiguar. Nesse diapasão, imagine o que eu faria pelo time do meu coração? Entretanto, diante da barreira que me foi imposta só me resta a manter-me na inércia dos meus atos.
Conquanto, sei que isso partiu de pessoas que não tem identidade com o clube, tampouco com a vida, visto que são pessoas cegas dentro da literalidade da palavra, comprovando, assim, que a pior cegueira é a daqueles que não querem ver a realidade.
Exemplificando o tema supra, temos no Estado de Pernambuco a união dos dois clubes que estão na série “A” e que se desprenderam de vaidades e passaram a ajudar o co-irmão Santa Cruz que está com sérias dificuldades, posto que perceberam que estando as três equipes relativamente bem, todos se fortalecerão, pois o amor ao futebol do Estado foi colocado acima do individualismo.
Sendo assim, sei que neste exato momento saio de cena para não desgastar aqueles que briosamente lutam pelo América, uma vez que não é fácil fazer futebol nos dias atuais, posto que, a cobrança é monstruosa mas, contudo, na hora de segurar o pote ninguém quer pegar na rodilha, daí o meu sonho falece dentro de um sonho.
Ao meu amigo, José Rocha, que me honrou pelo convite, registro o meu profundo agradecimento e votos de Boa Sorte!
Natal, 20 de abril de 2009.