segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Adalberto comemora superação no América



Ganhar uma oportunidade em um time profissional é algo bastante complicado para um jogador que surge nas categorias de base. No América de Natal, essa dificuldade é ainda maior. O time conta com 31 jogadores e apenas quatro são jovens formados no próprio clube.
Além disso, apenas um jogou pelo menos uma partida inteira na Série B do Campeonato Brasileiro: o zagueiro Adalberto. E o jogador de 20 anos sabe muito bem as dificuldades para chegar ao time titular.


Ele veio para o Mecão com 18 anos, no ano de 2006, quando foi descoberto em um campeonato de várzea na cidade de São Miguel do Gostoso, localizado há 97 km de Natal. Como nas categorias de base ele não recebia salário, o jogador ficou alternando a profissão de jogador com a de servente de pedreiro na cidade de origem.


Em 2007, ele abandonou a outra profissão porque conseguiu se profissionalizar no América. O beque já virou titular no primeiro semestre de 2007. Mas, depois do início meteórico, só vieram decepções: O Alvirrubro contratou vários jogadores para a disputa da Série A do Campeonato Brasileiro de 2007 e Adalberto foi emprestado para o Guaratinguetá-SP.


No time paulista, ele também não teve grandes chances e voltou ao América-RN em agosto. Em Natal, ele passou dois meses sem sequer ser relacionado, no entanto, no treino de preparação para o jogo contra o Atlético Mineiro (partida ocorrida no dia 13 de outubro de 2007), o técnico Paulo Moroni anunciou que iria escalar o zagueiro formado nas categorias de base. Mas Adalberto levou azar: minutos depois do anúncio, ele se fraturou a clavícula e só retornou aos gramados em 2008.


Retornar aos gramados é pura expressão; o jogador passou oito meses sem sequer ser relacionado para uma partida. Até que, no dia 12 de setembro, ele ganhou oportunidade de jogar contra o Vila Nova. A missão era marcar o artilheiro da competição Túlio Maravilha. O zagueiro cumpriu a função muito bem: não deixou o atacante levar perigo em nenhum momento e o América ainda ganhou por 5 a 1.


Adalberto afirma que não sentiu dificuldades de cumprir a função:


- Túlio é um jogador de qualidade, mas eu também tenho as minhas virtudes e provei isso naquele jogo. Não deixei o atacante tocar na bola, porque o desejo de jogar estava acumulado. Foi mais de um ano sem atuar e eu não podia vacilar. Poderia ser qualquer atacante que meu desempenho seria o mesmo – comenta.


Depois da atuação, o beque ganhou a posição de titular e enfrentou o Ceará, em um jogo que o América não sofreu gols (0 a 0 foi o placar final). Além disso, participou do empate fora de casa diante do Avaí e está confirmado para o jogo desta sexta-feira contra o Avaí.


Adalberto agora comemora a boa fase. Porém, lamenta que foi sub-aproveitado no grupo durante muito tempo. Além disso, revela que alguns jogadores do próprio elenco não confiavam nele:


- Passaram quatro treinadores no América e nenhum sequer me olhava como atleta do grupo, era só mais um entre muitos. Em muitos momentos, eu não tinha perspectiva de nada. Até mesmo a maioria dos jogadores não confiava em mim. Agradeço ao Ruy (Scarpino, atual técnico do clube) e alguns jogadores que sempre acreditaram – ressalta o beque.


No período em que ficou no banco, Adalberto chegou a ficar em depressão e pensou em desistir da carreira de jogador profissional. Porém, os conselhos de um jogador foram fundamentais para o zagueiro: o meia Souza, capitão do time.


- Adalberto é um jogador que já acompanho há certo tempo e sempre que foi solicitado, ele correspondeu. Eu já conversei com ele muitas vezes para não desistir, mas sim treinar muito, porque um momento a chance apareceria e ele tinha que aproveitar. Ele aproveitou e está provando a cada jogo que sempre teve potencial para jogar. Adalberto ainda vai mostrar muito mais, porque tenho certeza que um futuro brilhante está guardado para ele – prevê o capitão.

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